Marcha das Mulheres Negras de Minas Gerais

Hoje acontece a Marcha das Mulheres Negras de Minas Gerais, contra o racismo e a violência e a favor do bem viver. No dia 13 de maio é comemorada a abolição da escravatura, por isso, várias entidades se uniram ao Nzinga Coletivo de Mulheres Negras visando o fortalecimento e a preparação das mulheres mineiras para a luta contra a desigualdade.

No Brasil, as mulheres negras somam 49 milhões, o que corresponde a 25% da população brasileira. No dia 13 de Maio de 2015, as Mulheres Negras de Minas Gerais, se concentrarão na Praça Sete, Belo Horizonte, a partir das 14h00 e, depois, sairão em Marcha pelas ruas da capital mineira, contra o racismo e a violência e a favor do bem viver.

De acordo com o Nzinga Coletivo, as mulheres negras brasileiras vivem uma face perversa do racismo e de inúmeras formas de violência, como a pobreza, negação de direitos, falta de qualidade de vida, desigualdade salarial, falta de acesso aos serviços de saúde, baixa escolaridade, etc.
Há estatísticas que apontam essa desigualdade: em 2012, havia cerca de 13,2 milhões de pessoas, com 15 anos de idade ou mais, que eram analfabetas. Desse total, 3,8 milhões são brancas (28,7%) e 9,3 milhões são negras ou pardas (70,7%). No mesmo ano, foram assassinadas 35.190 pessoas negras (67,4%) e 13.890 pessoas brancas (26,6%).

Participarão da Marcha do dia 13 de maio, Mulheres Negras de vários lugares do estado e representarão um conjunto diverso, entre jovens, idosas, lésbicas, bissexuais, lavadeiras, trabalhadoras rurais, intelectuais, yalorixás, quilombolas, empresárias, católicas, transexuais, umbandistas, sambistas, candomblecistas, positivas, evangélicas, domésticas, cantoras, catadoras, deficientes, professoras e operadoras de telemarketing.

O movimento é uma forma de reprovação à condição histórica de tripla discriminação que essas mulheres sofrem: ser negra em uma sociedade racista, ser mulher em uma sociedade machista e pobre em uma sociedade capitalista.

Os objetivos da Marcha são:
- fim do femicídio e visibilidade para a garantia à vida;
- investigação de todos os casos de violência doméstica e assassinatos de mulheres negras, com a penalização dos culpados;
- fim do racismo e sexismo produzidos nos veículos de comunicação;
- fim dos critérios e práticas racistas e sexistas no ambiente de trabalho;
- fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões sumárias às mulheres negras em casas de detenções;
- garantia de atendimento e acesso à saúde de qualidade às mulheres negras e pela penalização de discriminação racial e sexual nos atendimentos dos serviços públicos;
- titulação e garantia das terras quilombolas, especialmente em nome das mulheres negras;
- fim do desrespeito religioso e garantia da reprodução cultural de práticas ancestrais de matriz africana;
- fim do extermínio da juventude negra;
- fim da lesbofobia e bifobia;
- participação efetiva na vida pública.

As entidades que manifestaram publicamente apoio à causa são:

Bloco das Pretas, CENARAB, Clareart´s, Mulheres em Ação, EPS, Casarão das Artes, Coletivo de Artista Negros, Coletivo de Assessoria Popular, DiversaS Feminismo e Resistência, Coletivo de Estudantes Negros, Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Contagem, Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial de Contagem, Dreminas, ENEGRECER, Coletivo Nacional de Juventude Negra, Fórum das Juventudes da Grande BH, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento de Mulheres Olga Benário, Margarida Alves, MNU Minas, Negras Ativas, Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras, Organização OMOKORINS DO ILE DE OXAGUIAN, Reaja Minas, Rede Afro LGBT Mineira, Teatro Negro Atitude, Levante Popular da Juventude, Brigadas Populares e CUFA MG.

A Marcha Nacional acontece em Brasília, no dia 18 de novembro, mês da consciência negra.

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